Cabo Verde procura novas estratégias para inovar o sector agrícola, alimentar e florestal – INIDA
Cabo Verde está a trabalhar para encontrar novas estratégias que possam inovar o sector agrícola, alimentar e florestal no arquipélago, garantiu hoje na Cidade da Praia, a presidente do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA).
Com o propósito de alcançar este objectivo, o INIDA, em parceria com a Inovisa Portugal, realizou hoje um workshop de divulgação do projecto da área GLOBAL para promover a partilha de conhecimento e tecnologia entre a Europa, África e América Latina no sector agrícola, alimentar e florestal.
O projecto, realizado com o apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, segundo a presidente do INIDA, Ângela Moreno, em declarações à imprensa, à margem do evento, permitiu fazer um levantamento inicial e aponta caminhos para o desenvolvimento futuro na promoção de inovação nos referidos sectores.
“Promovemos este encontro com a intenção de recolher subsídios e informações sobre que estratégia usar para inovar a agricultura em Cabo Verde. Não estamos a dizer que não temos uma agricultura inovadora, porque Cabo Verde, por si só, está condenado a ter uma agricultura inovadora, já que tem muitos recursos naturais e pouca chuva, mas temos um grande oceano”, frisou.
No futuro, avançou Ângela Moreno, se calhar o país vai ter que pensar em usar água canalizada na agricultura, através da hidroponia, assim como recorrer a água reutilizada, duas ideias que já estão assumidas e traçadas como prioridades pelo Ministério da Agricultura e Ambiente.
Conforme a presidente do INIDA, as águas residuais vão ser reaproveitadas, mas devidamente tratadas, para o país “não depender da chuva para aumentar a agricultura”, como se faz em vários países do mundo, como o Israel, visto que “não custa tanto” implementar esta ideia, tendo em conta que uma boa parte das cidades do arquipélago já tem rede de esgoto.
Depois deste encontro, afirmou a responsável, o próximo passo é continuar a contar com os parceiros internacionais para apostar em tudo que identifique Cabo Verde como um país agrícola e possa trazer oportunidade de “inovar, de crescer e de tornar a agricultura algo palpável e bom”, porque “o país não tem muito por onde andar se não for a aposta na inovação”.
“Não podemos continuar a passar a ideia de que a agricultura em Cabo Verde não tem futuro, o que falta são ideias inovadoras, apostar em experiências de outras paragens e tentar adapta-las, o quanto possível, à nossa realidade e melhorar a agricultura”, frisou, referindo que “não se pode continuar com a ideia de que a agricultura é de subsistência ou que é feita por pessoas pobres”.
O workshop de divulgação do projecto da área GLOBAL para promover a inovação agrícola, alimentar e florestal, destinado aos técnicos e instituições do sector, teve a abertura presidida pela embaixadora de Portugal em Cabo Verde, Helena Paiva.
Fonte: InforPress