Entrada das câmaras na CPLP “faz todo o sentido” – secretário-geral da UCCLA
O secretário-geral da UCCLA, que reúne cidades lusófonas, considerou quarta-feira que “faz todo o sentido” a entrada das câmaras municipais na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), como defendeu o ministro da Cultura cabo-verdiano.
Em declarações à Lusa, o responsável da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA, que reúne dezenas de cidades de países lusófonos e Macau) secundou a ideia defendida pelo ministro Abrãao Vicente, e acentuou que dentro de dez anos 80% da população mundial vai viver nas cidades.
Vítor Ramalho considerou que aquela concentração populacional nos grandes centros urbanos na próxima década “diz tudo sobre a resposta que as entidades públicas responsáveis pelas políticas de cooperação devem ter na valorização das cidades”.
A UCCLA, com sede em Lisboa, acolheu ontem um encontro para debater a proposta de Cabo Verde para a criação do mercado comum de artes, cultura e indústrias criativas no âmbito na presidência cabo-verdiana da CPLP, e que contou com a presença do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, e responsáveis das câmaras municipais de Lisboa, Cascais, Oeiras, Odivelas, Sintra, Almada e Amadora.
O grande objectivo da reunião foi o de “lançar esse ponto de reflexão e chamar a atenção de que CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa tem de ter uma política de resposta à cidadania para que as pessoas sintam que ela lhe está próxima”, frisou Vítor Ramalho.
“As cidades têm resposta a esse nível, porque há um entrecruzar muito forte de cidadãos de países de língua oficial portuguesa. E a cultura é o elemento determinante para essa aproximação”, afirmou o também antigo governante e deputado do PS.
O ministro cabo-verdiano sugeriu que as câmaras municipais possam fazer parte da CPLP, considerando que essa é a forma mais fácil de envolver as populações no projecto da organização.
A livre circulação de agentes culturais de forma regulada foi outro dos grandes temas debatidos na reunião, como um primeiro passo para a mobilidade cultural.
“Não é possível abrirmos, como que por um passo de mágica, a mobilidade a todos os cidadão lusófonos. Mas por passos gradativos, como defende Cabo Verde, nomeadamente ao nível da cultura, do ensino a certo nível, através de mecanismos idênticos aos que existem para os programas Erasmus, e do facilitar das relações económicas, dos empresários, simplificando os vistos, demos passos gigantes”, referiu Vítor Ramalho.
O secretário-geral considera que Cabo Verde “está a ser clarividente nisso”.
Fonte: Expresso das Ilhas