Cabo Verde conquista duas medalhas de ouro no concurso Mundial de Vinhos Extremos em Itália

Cabo Verde conquistou duas medalhas de ouro com dois dos seus vinhos produzidos na ilha do Fogo pela Adega de Monte Barro, Maria Chaves, no 26º concurso internacional de vinhos extremos, informou nesta segunda-feira, 30, a directora da ASDE, Maria Graça.

Cabo Verde conquistou duas medalhas de ouro com dois dos seus vinhos produzidos na ilha do Fogo pela Adega de Monte Barro, Maria Chaves, no 26º concurso internacional de vinhos extremos, informou nesta segunda-feira,30, a directora da ASDE, Maria Graça.

Em declarações à Inforpress, a responsável da Associação Solidariedade de Desenvolvimento (ASDE), Maria Graça afirmou que esta distinção representa um sinal de que efectivamente o desenvolvimento da ilha do Fogo pela produção do vinho é possível.

“Foi com muita satisfação que recebemos essa notícia, com a atribuição de duas medalhas de ouro para Maria Chaves Santa Luzia e Pico do Fogo e durante muito tempo temos estado a dizer que a ilha do Fogo pode ter o desenvolvimento que merece através do vinho”, declarou.

Conforme avançou, Santa Luzia de Maria Chaves concorreu na categoria dois de Vinhos Brancos Tranquilos Safra de 2016 e Precedentes e Pico do Fogo de Maria Chaves concorreu na categoria 5 de Vinhos Tintos tranquilos da colheita de 2016 e anterior.

De acordo com esta responsável os vinhos estremos também chamados de “Vinhos Heroicos” são vinhos “que são e serão para sempre” produzidos com muita exaustão e com muito suor e são muitas vezes produzidos em localidades tão escondidas que são praticamente desconhecidas.

No entender da directora, agora, após essa conquista, o desafio do Vinho Maria Chave é o de continuar sempre na senda daquilo que a associação tem estado a fazer que é “pautar pela qualidade do vinho do Fogo e tornar a região do Fogo muito conhecida internacionalmente.

“O slogan do vinho Maria Chaves é “vinho bom que faz o bem” não somos uma empresa, somos uma Associação de Solidariedade de Desenvolvimento, portanto, todos os nossos projectos são no intuito de proporcionar o bem-estar da população local e promover a ilha”, realçou.

Entretanto, apelando a uma atenção especial por parte das entidades locais e central, no que concerne a distribuição da água, para a produção de vinhos, Maria Graça, disse que este ano a produção de vinhos no Fogo está muito em baixo do desejado devido à falta de água.

“A nossa maior tristeza é que as autoridades que têm o dever de nos facultar a água não dão a mínima para a Maria Chaves e nem a nível do Governo não há nenhum interesse em apoiar a Maria Chaves”, lamentou.

O concurso foi realizado pelo Centro de Investigação e Valorização da Viticultura da Montanha (CERVIM), em colaboração com o Departamento de Agricultura da Região Autónoma do Vale de Aosta, o Vival Associação dos Produtores de Vinho do Vale de Aosta, a Organização Internacional da Vinha e do Vinho e da Federação Internacional das Grandes Competições Vitivinícolas (VINOFED).

A Mundial de Vinhos Extremos é o único evento internacional dedicado especificamente aos vinhos, produzidos em áreas caracterizadas pela viticultura heroica.

A competição seleciona os melhores vinhos que são fruto da viticultura extrema com o objetivo de promover e salvaguardar a produção de pequenas áreas produtoras de vinho que se caracterizam pela história, tradição e singularidade, de grande valor ambiental e paisagístico onde predominam as videiras autóctones.

Para selecionar os vinhos, enólogos, provadores especialistas e jornalistas do setor vinícola de todo o mundo, reúnem-se em comissões consistindo de 5 provadores cada, e, por meio de um sistema de computador especial, usados pela primeira vez na Itália, escolhem os melhores vinhos a concurso.

Os vinhos apresentados estão divididos em 9 categorias, nomeadamente, vinhos brancos com vintages 2017, vinhos brancos para o ano de 2016 e anos anteriores, vinhos brancos semi-doce, vinhos tintos com safras 2017 e 2016, vinhos tintos 2015 e anos anteriores, vinhos ainda rosados, vinhos espumantes, vinhos doces e vinhos licorosos.

Entre os novos países desta edição 2018, que decorreu de 12 a 14 de Julho, constam Chile, Cabo Verde, Israel, Macedônia, Eslováquia e Polônia, mas também alguns retornos de boas vindas, como o Líbano e Cazaquistão.

Suíça, Espanha, Alemanha, Geórgia, Grécia, Itália, França, Portugal constam também de entre os países concorrentes.

A cerimónia de premiação terá lugar a 23 de Setembro deste ano.

Fonte: A Semana

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