Mosteiros: Produção do café deverá superar a produção dos últimos dois aos – Responsável Fogo Coffee Spirit
A previsão de produção do café para este ano aponta para uma safra razoável, desde que não ocorram fenómenos climáticos adversos (vento) até à colheita, e poderá superar a apanha de 2015 e 2016.
O responsável da empresa Fogo Coffee Spirit prevê para este ano a aquisição de mais de 90 toneladas de cerejas, quantidade adquirida no ano de 2015, esperando assim cumprir os compromissos assumidos com alguns clientes.
Amarildo Baessa disse que dentro de dias a empresa vai instalar uma nova máquina de processamento lavado do café, já que os principais clientes preferem o café processado desta forma, em oposição ao processo de secagem.
A Fogo Coffee Spirit tem um protocolo com o Ministério da Agricultura e Ambiente para gestão dos terrenos do Estado nas zonas altas dos Mosteiros e segundo o técnico da empresa o processo está a decorrer normalmente.
Adiantou que na primeira fase, foram realizados alguns trabalhos, como a fixação de 12 mil plantas de cafeeiros, além de garantir alguns postos de trabalhos, ainda que sazonais.
Para a segunda fase, a empresa prevê a reabilitação dos reservatórios e viveiros existentes nos terrenos do Estado, restauro das casas de guardas, e a continuação da extensão do cultivo do café, com a fixação de até 50 mil novas plantas, conforme a disponibilidade do solo, garantindo por esta via emprego fixo e sazonal.
Para os próximos dias, está prevista a fixação de 50 plantas de dragoeiro endémico no perímetro florestal de Monte Velha, tendo em conta que esta espécie foi muito afetada no último incêndio que afetou cerca de três quartos do perímetro florestal.
Amarildo Baessa disse que no quadro da colaboração com o Governo, a empresa está a trabalhar num projecto agregado de café para ser discutido com o executivo, sem contudo desvendar a vertente a ser contemplada.
No entanto, explicou, no quadro da parceria existente, além de fixação de novas plantas do café, a empresa Fogo Coffee Spirit tem estado a proceder à fixação de plantas fruteiras como goiabeiras, cajueiros, mangueiras.
O café é cultivado, principalmente, na área montanhosa e fértil dos Mosteiros, envolto por diversos microclimas e sem a presença de produtos químicos (produção orgânica), sobretudo do Morgadio de Monte Queimado, a maior propriedade unificada de produção de café na ilha, premiada, por duas vezes, com a Medalha de Ouro da Exposição Colonial no Porto, em 1934 e Lisboa em 1949, como “o melhor café do império”.
Igualmente, no início do século XX, o café do Fogo foi apresentado na Exposição Universal de Paris, juntamente com a água da nascente de Aguadinha, tendo sido classificado como o melhor café do Império Português, superando em qualidade os cafés de Angola, São Tomé e Príncipe e Timor.
Em 1917 e 1918, o café do Fogo conquistou os primeiros prémios numa exposição agrícola realizada na Cidade da Praia, além de ter tido uma participação na grande exposição da Índia Portuguesa, em 1954.
Fonte: InforPress