Maio: Ambientalistas preocupados com impacto ambiental adveniente da requalificação do porto
Os ambientalistas na ilha do Maio dizem-se preocupados com a monitorização do impacto ambiental da requalificação do porto, quando falta praticamente um mês para o arranque das obras, de acordo com a previsão do Governo.
A preocupação foi levantada na apresentação dos resultados atingidos pelo projeto MAVA no ano 2018, na ilha, durante a qual os participantes manifestaram as suas inquietações no que tange a falta de informações sobre a monitorização do impacto ambiental das obras, sendo o mês de Maio a data prevista para o arranque dos trabalhos.
Em declarações, a diretora da Fundação Maio Biodiversidade FMB), Rocio Moreno Carrillo, assegurou que a preocupação é tanto a nível ambiental como social, visto que as obras vão decorrer nas imediações da Salina do Porto Inglês, uma reserva natural e que também faz parte de Ramsar, onde existem várias espécies muito sensíveis como aves e répteis.
“Estamos todos preocupados, porque parece que não vai ser publicado o concurso de monitorização do impacto ambiental. Além disso, temos uma reserva ao lado que é a Salina e depois está prevista a entrada em funcionamento do centro interpretativo em Agosto. Agora pergunto se os turistas vão ali visitar, quando estão a trabalhar cerca 300 pessoas no porto e nada ainda está claro como vai ser”, questionou.
Por esta razão, Rocio Carrillo defendeu que é preciso também lançar o concurso para a empresa que vai fazer a monitorização do impacto ambiental, durante a execução das obras, tendo em conta que, segundo ela, o financiador exigiu que sejam respeitadas as leis ambientais.
Além disso, questiona o porquê deste atraso na divulgação do nome da empresa vencedora da empreitada, quando falta apenas um mês para o arranque das obras, conforme as previsões do Governo.
A representante da FMB lembrou ainda que as obras vão decorrer numa praia onde todos os anos se regista alguma desova de tartaruga e também colocam viveiros dos ninhos.
“Vai haver um impacto muito grande naquela praia, porque vão trabalhar naquela obra cerca de 300 pessoas, além disso é preciso saber o impacto nas correntezas e na fauna existente naquela baía”, observou Rocio Carrillo.
A mesma preocupação é extensiva a questão social, visto que a ambientalista acredita que os trabalhos vão exigir o recrutamento de mão-de-obra de outras ilhas e até do exterior, e estes vão precisar de moradias para se residirem, o que vai acarretar mais produção de lixo.
“Não queremos ver o mesmo que aconteceu na ilha da Boa Vista com a construção de barracas”, advertiu.
Até então a Enapor – Portos de Cabo Verde não divulgou as informações referentes ao vencedor do concurso lançado no passado mês Novembro.
Fonte: Sapo CV