Navio Praia d’Aguada faz viagem inaugural para São Nicolau no dia 31
O titular das pastas da Economia e do Emprego visitou ao fim da manhã de hoje, demoradamente, no Porto Grande do Mindelo, o navio Praia d’Aguada
O navio Praia d’Aguada regressa à navegação, após vários anos de imobilidade, no dia 31, numa viagem São Vicente-São Nicolau, tendo a bordo uma comitiva ministerial, anunciou hoje o ministro José Gonçalves.
O titular das pastas da Economia e do Emprego visitou ao fim da manhã de hoje, demoradamente, no Porto Grande do Mindelo, o navio Praia d’Aguada, e, logo de seguida, a embarcação fez uma volta nas imediações da baía, em mais um teste.
Aguarda-se, segundo a mesma fonte, que ainda esta semana esteja concluído o processo de certificação do navio pela Agência Marítima Portuária (AMP).
“No dia 31 de Julho vamos sair do Porto Grande, e eu estarei a bordo, para São Nicolau, onde irei participar festividades do município, inclusive com a mesa redonda sobre o turismo rural”, lançou o ministro aos jornalistas, acrescentando que se está a “afinar” se o Praia d’Aguada fica a aguardar a comitiva ministerial no porto do Tarrafal.
“Não queremos empatar, porque isto é negócio, se não houver condições para nos aguardar vamos de barco e regressamos de avião, isto é inter-modal”, concretizou José Gonçalves.
O ministro aproveitou para parabenizar toda a equipa que interveio no Praia d’Aguada, pois, segundo ele, tratou-se, neste caso, “não da recuperação mas sim da reconstrução de um navio”.
“Estamos a apurar os valores, mas são avultadíssimos, com o que se fez neste barco, inclusive com a encomenda de peças na origem, porque este é um barco único, fabricado especialmente para Cabo Verde”, salientou o governante, numa alusão às dificuldades para “arrumar” tudo e colocar esta “grande barco” de novo a navegar.
Quanto ao navio Kriola, da mesma companhia Cabo Verde Fast Ferry (CVFF), também inoperacional neste momento, este já deixou a doca seca da Cabnave, mas a demora na sua recuperação, segundo o ministro, prende-se com o facto de qualquer peça ter de ser encomendado do estrangeiro.
“São peças que deveriam vir de avião, mas hoje há menos lugar nos aviões para carga, apesar de haver mais frequências”, lançou José Gonçalves, convicto de que os testes principais do Kriola estão concluídos e que se está neste momento na fase das afinações.
O ministro espera, assim, que no último trimestre do corrente ano seja possível colocar os três navios da CVFF (Liberdadi, Kriola e Praia d’Aguada) a navegar, em simultâneo, o que será “uma novidade”.
Num cenário com os três navios a funcionar em pleno, segundo o ministro, um fica no Sotavento e outro no Barlavento, enquanto o Praia d’Aguada fará a cobertura geral, com “uma outra capacidade de carga”, para complementar a rota e “melhor servir” as necessidades de transporte marítimo inter-ilhas.
O navio Praia d’Aguada, com efeito, passou por uma reparação de cerca de dois anos em doca seca, nos estaleiros da Cabnave, e, desde meados de 2015, encontra-se atracado ao cais do Porto Grande em trabalhos complementares de renovação nos salões de passageiros e máquinas, naquela que é considera uma “completa reforma”.
A embarcação, construída na Alemanha em 1999, é considerada uma das melhores de Cabo Verde em velocidade, capacidade de carga e acomodação de passageiros.
Trata-se de um navio de passageiros/carga geral, de 64 metros de comprimento, 13 metros de boca, 3,9 metros de calado e uma tonelagem bruta de 1.364 toneladas.
Fonte: A Nação