Governo aprova privatização da companhia aérea cabo-verdiana

Cabo Verde aprovou, quinta-feira, o decreto-lei sobre a privatização do negócio internacional da transportadora aérea pública cabo-verdiana, TACV, que esta semana deixou de voar a nível doméstico.

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Luís Filipe Tavares, as negociações (sobre a privatização) estão em fase final e remeteu mais informações para quando o decreto aprovado em Conselho de Ministros for publicado no Boletim Oficial.

Tavares lembrou que os ministros dos Transportes, Olavo Correia; e da Economia, José Gonçalves, que são os mandatários do Governo nesta operação, estão a preparar todo este processo e vão dar a conhecer os detalhes.

Dentro de pouco tempo, disse, serão conhecidos os resultados das negociações em curso, incluindo a situação dos trabalhadores, a questão da privatização, ou seja, as "soluções globais" para a situação da TACV.

Em recentes declarações à imprensa, o ministro Olavo Correia revelou que há vários interessados pelo negócio da TACV Internacional e que as negociações prosseguem para se encontrar um parceiro estratégico que assegure a gestão e parte do capital.

O ministro não avançou nomes das empresas com as quais o Governo está a negociar, mas salientou que a ideia é transformar o arquipélago num 'hub' [plataforma] de transportes aéreos no Atlântico médio.

O governante admitiu que o Estado cabo-verdiano venha a ter participação no capital da TACV Internacional, mas descartou a possiblidade de o Estado vir a injetar recursos para ter ações da empresa que resultar da privatização.

Entretanto, em declaraçõe quinta-feira à Rádio de Cabo Verde (RCV), o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Fernando Elísio Freire, explicou que o “parceiro estratégico” neste negócio deverá ficar com 49% do capital social da TACV Internacional, num valor que rondará os 100 milhões de euros.

Os restantes 51% das ações da empresa ficarão provisoriamente nas mãos do Estado, que, posteriormente deverá cotá-los na Bolsa de Valores de Cabo Verde para efeitos de aquisição por parte do empresariado nacional.

Segundo ele, ao assumir a gestão da TACV Internacional, o “parceiro estratégico” que vier a ser escolhido reforçará a frota da transportadora aérea cabo-verdiana com aparelhos Boeing 757 e um 737, para cobrir as rotas de longo e médio curso.

A privatização do negócio internacional está enquadrada na reestruturação da companhia aérea pública cabo-verdiana, que deixou de operar a nível doméstico, tendo, a 01 de agosto, começado a funcionar o acordo com a Binter CV, que é, desde terça-feira, a única companhia a fazer os voos entre as ilhas cabo-verdianas.

No entanto, ainda não foram divulgados todos os pormenores de "um acordo de princípio" que o ministro das Finanças diz existir entre o Governo e a Binter CV para a transporadora garantir, em regime de exclusividade, as ligações aéreas entre as ilhas do arquipélago.

Ele prometeu  que, até final do ano, será assinado o contrato da Binter CV com o Estado de Cabo Verde, que passará a deter 49% da companhia, que tem atualmente como único acionista a empresa Apoyo Y Logistica Industrial Canária, Sociedade Limitada, sedeada nas ilhas Canárias.

Fonte: Panapress

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