Cabo Verde admite possibilidade de erupção na ilha da Brava

O Governo de Cabo Verde admitiu, segunda-feira, a possibilidade da ocorrência, “nas próximas horas”, de uma erupção vulcânica na ilha da Brava, a menor e a mais a sul do arquipélago, onde se vem registando uma "atividade sísmica anormal" nos últimos dias, apurou a PANA, na cidade da Praia, de fonte oficial.

Os dados do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) de Cabo Verde apontam para o intensificar da atividade sísmica na ilha da Brava e, caso essa atividade se mantenha, "poderemos, eventualmente, vir a ter uma erupção na ilha e nas próximas horas", disse o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, no final duma reunião do gabinete de crise para acompanhar a situação.

A reunião de emergência, que juntou, para além de Paulo Rocha e do presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC), Arlindo Lima, os ministros da Defesa, da Saúde, das Infraestruturas, da Agricultura e Ambiente e das Finanças, analisou qual a forma de atuação das autoridades em caso de uma erupção vulcânica na Brava, ilha que não possui areoporto e apenas tem ligações marítimos com exterior.

Conforme o ministro da Administração Interna, no domingo, “foram registados inúmeros eventos sísmicos de baixa magnitude dos quais dois foram sentidos pela população por volta das 00:18 horas, estando os epicentros localizados dentro da ilha Brava nas encostas entre as localidades de Cova Joana e Benfica".

O governante acrescentou que, por precaução, as autoridades locais decidiram pela evacuação de cerca de 300 pessoas da localidade de Cova Joana, que já se encontram alojadas em escolas em outras localidades mais seguras.

O responsável governamental pela segurança interna recomendou calma, tranquilidade e estreita colaboração das pessoas com as autoridades locais, que se encontram reunidas para definir os próximos passos a dar na ilha da Brava, vizinha da ilha do Fogo, que registou uma erupção vulcânica em setembro de 2014 até fevereiro de 2015, com inúmeros estragos, mas sem registo de vítimas.

“Tendo em conta aquilo que são os sucessivos eventos, pensamos que seja provável uma erupção”, razão que justifica as medidas de precaução", explicou Paulo Rocha.

Todavia, disse, “importante é que estejamos todos tranquilos mas também que as pessoas estejam orientadas para as instruções que gradualmente o Governo e a Proteção Civil irão divulgar”.

Quando questionado pelos jornalista se o país está dotado de meios suficientes para fazer face a esta possível erupção, o ministro da Administração Interna reconheceu que “os meios nunca são suficientes, mas garantiu que o Governo está a tomar medidas no sentido de ter todos os meios possíveis na Brava, e também na ilha vizinha do Fogo, para poder acudir a população local, caso venha a ser necessário”.

Apesar da recente erupção do vulcão do Fogo, a preocupação das autoridades cabo-verdianas centra-se, de momento, sobretudo na Brava onde até agora não há notícias de uma erupção vulcâanica, embora seja frequente na ilha a ocorrência de atividade sísmica que muitas vezes passam despercebidas.

De acordo com o Censo de 2010, a ilha da Brava, com uma área de 67 km2, tem uma população estimada em pouco mais de seis mil habitantes.

Fonte: Panapress

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