PR quer que “Saniculau na Praia” contribua para o processo do desenvolvimento da ilha de São Nicolau

O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, defendeu hoje que o “Saniculau na Praia” deve contribuir para o desenvolvimento da ilha, tendo em conta que “infelizmente” é uma das ilhas que mais tem sofrido com as assimetrias regionais.

“São Nicolau na Praia” pretende ir muito além da celebração. Ele não tem apenas o propósito de celebrar, recordar, contemplar, mas também o de contribuir para o desenvolvimento da ilha de São Nicolau que, infelizmente, é uma das ilhas que mais tem sofrido com as grandes assimetrias regionais”, afirmou o chefe de Estado.

O mais alto magistrado da Nação defendeu esta posição, hoje, na Cidade da Praia, durante o acto de abertura do fórum “Mais Por São Nicolau”, no âmbito do evento denominado “Saniclau na Praia”, organizado por filhos de São Nicolau residentes da ilha de Santiago, que decorre até sábado, na capital do país.

Jorge Carlos Fonseca, que tomou a “ilha de Chiquinho” como uma das ilhas que mais tem sofrido com as “grandes assimetrias regionais”, lembrou que desde sempre defendeu que sejam adoptadas medidas de discriminação positiva que devem proporcionar as regiões menos desfavorecidas as condições necessárias para o aproveitamento das suas potencialidades.

No dizer do Presidente da República, assim como este movimento tem o propósito de contribuir para o desenvolvimento da ilha, deve ser “apoiado e acarinhado”, pois, sublinhou, tem a capacidade de reunir importantes competências de áreas diversas e com conhecimento da realidade da ilha, movidas unicamente pelo “amor à sua ilha”.

“São Nicolau é Cabo Verde e, como tal, a sua condição de periferia não se coaduna com a sua vocação e nem reflecte o contributo que a ilha tem dado para o bem de todos nós. Na verdade, bem antes do primeiro seminário que trouxe o Ensino Secundário ao país, São Nicolau evidenciava um potencial agrícola e haliêutico que lhe predestinava a um lugar cimeiro no panorama nacional”, destacou.

Apesar de ter lamentado o abandono da população, principalmente da camada jovem, enalteceu o facto de mesmo estarem longe têm reunido em espaços socioculturais par “viver e reviver” São Nicolau, tendo em conta que “viver sem São Nicolau é, de uma certa forma parar de respira”.

Jorge Carlos Fonseca aproveitou o fórum para falar sobre a regionalização e da descentralização, sublinhando que há balizas, regras, valores e princípios sacrossantos que devem ser salvaguardados qualquer que seja o caminho que “juntos viermos a escolher”.

De entre os princípios, destacou a “inalienável solidariedade” entre as ilhas, o potencial agrícola de Santiago, Santo Antão, do Fogo e de São Nicolau e do potencial turístico do Sal, da Boa Vista e do Maio.

Fez saber que as barragens construídas em Santiago e Santo Antão são soluções para Cabo Verde no quadro de uma estratégia de segurança alimentar para todos os cabo-verdianos e que o turismo é uma solução para Cabo Verde e não unicamente para os residentes nas ilhas de Sal e Boa Vista.

O chefe de Estado recebeu esta tarde a visita da delegação do Parlamento Pan Africano chefiada pelo seu presidente, Roger Nkodo Dang, que se encontra em Cabo Verde.

Fonte: InforPress

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