Boa Vista: Planos agrícolas do projecto tartaruga contam com adesão de mulheres no norte da ilha

O setor de desenvolvimento comunitário do projeto Tartaruga está a promover uma ação de capacitação das mulheres na agricultura e a implementar um sistema agroflorestal no norte da ilha, apostando na biodiversidade, aliada à proteção ambiental

Apesar da escassez das chuvas e da seca, o projeto Tartaruga não desiste de insistir no cultivo nacional na ilha, com apostando em projetos de agricultura ecológica, no sistema gota-a-gota e mais recentemente no sistema agroflorestal, em viveiros e ainda na formação e capacitação dos agricultores.

Segundo o engenheiro agrónomo Guilherme Gonçalves, que falava à imprensa, este projeto de desenvolvimento comunitário visa a formação e capacitação dos agricultores, por um lado, e, por outro, incentivar estes homens da terra a apostarem em assistências técnicas de reprodução ecológicas, nomeadamente no uso de caudas naturais que ajudam no controlo de alguns insetos, pragas, adubação orgânica, melhoria do solo e do cultivo, cobertura e proteção do solo.

“A segunda parte deste projeto está diretamente ligada a 12 mulheres que trabalham no viveiro e na estufa, com 220 m2 no centro piloto do Ministério da Delegação Regional em que estas trabalham numa produção agroecológica”, disse Guilherme Gonçalves.

Uma vez que estas mulheres que não tinham um perfil de agricultoras, o responsável explicou que houve a necessidade de ser feito um trabalho de pedagogia ambiental para que as mulheres pudessem trabalhar na terra.

Atualmente, adiantou, estas mulheres ligadas ao projeto vendem os seus produtos para a associação Tamra, para o mercado local e do Sal Rei.

Conforme avançou o agrónomo, o mais recente plano deste setor comunitário do projeto tartaruga “é a implementação de um sistema agroflorestal, com 420m2, onde se faz uma mistura entre espécies florestais, no caso pode ser frutífera, consorciadas, associadas com espécies agrícolas”.

“É um sistema interessante que traz todo um equilíbrio, uma biodiversidade aliada a esta proteção do ambiente que pode ter bons níveis de produção agrícola e florestal”, disse o engenheiro, garantindo que há muitos agricultores que já aderiram ao sistema agroflorestal.

Para Guilherme Gonçalves, este projeto, que ”está a expandir-se, traz avanços”, uma vez que “muitos destes profissionais já deixaram de usar agrotóxicos”, o que, na sua opinião, “trará benefícios para toda a sociedade, tanto ao nível do cultivo como para os consumidores dos produtos”.

“Este projeto deveria ter continuidade. O projeto tartaruga continua, mas em termos de agricultura seria importante que tivesse este seguimento, ou passar esta experiência para outras comunidades”, afirmou Guilherme Gonçalves.

De acordo com o responsável, o trabalho que vem sendo desenvolvido passa também pela consciencialização das pessoas para a necessidade de conservação da água, através do uso do sistema gota-a-gota, e, ainda, do uso de materiais como restos de madeira das carpintarias para melhoria das características dos solos, com a sua cobertura, a fim de assegurar a água na terra.

Este setor de desenvolvimento comunitário do projeto tartaruga tem o apoio e parceria do Ministério da Agricultura e Ambiente.

Fonte: Sapo CV

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