Turismo regista crescimento mas fica longe dos números de 2017
Satisfeito, com vontade de repetir a experiência cabo-verdiana e de recomendar Cabo Verde a outras pessoas, mas com pouco dinheiro gasto durante a estadia. É assim que se pode caracterizar o turista que procura Cabo Verde. Em média, diz o INE, cada turista gastou 4.546 escudos por dia em Cabo Verde.
Depois de em 2017 Cabo Verde ter sido procurado por mais 206 mil turistas que no ano anterior, a evolução em 2018, foi muito mais modesta ao registar-se um aumento de 8,3%. Ou seja, em 2018 entraram no país mais 59 mil turistas que em 2017.
Cabo Verde registou no ano passado a entrada de 771.335 turistas vindos, na sua grande maioria da Europa, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística.
Segundo o Inquérito aos gastos e satisfação dos turistas, elaborado pelo INE, 44,4% visitaram o país na época baixa e 55,6% na época alta e a maioria ficou alojada em hotéis all-inclusive (75,8%) e, ainda segundo o mesmo documento, a maioria dos turistas recomenda Cabo Verde como destino turístico e manifestaram intensão de regressar a Cabo Verde, 97,8% e 95,0%, respetivamente.
Cabo Verde, prossegue o INE, é procurado, essencialmente, como destino de férias. Apenas 2,7% dos turistas que visitaram o país o fizeram por motivo de negócios.
A divulgação de Cabo Verde como destino de férias é feita, principalmente, pela internet havendo, igualmente, uma “percentagem também significativa, 29,8% e 19,0%” que obtiveram a mesma informação “através de agências de viagem/operadores turísticos e através de amigos”.
De onde vêm, como vêm onde ficam e quanto gastam?
Como já foi referido, a maioria dos turistas que chegam a Cabo Verde são provenientes da Europa, principalmente de países como Reino Unido, Alemanha, França, Bélgica-Holanda ou Portugal. No entanto, há também a registar a procura por turistas vindos dos EUA e do Brasil.
“Dos 771 355 turistas que visitaram Cabo Verde em 2018, 81,0% viajou em pacote turístico, e destes, 75,8% viajou no sistema tudo incluído. Comparado com o ano 2017, os turistas que viajaram em pacote turístico tiveram um ligeiro aumento de 1,0 pontos percentuais (p.p.) em 2018, e os que viajaram no sistema todo incluído apresentaram também a mesma variação percentual”, explica o INE.
O Sal é a ilha mais procurada e em conjunto com Boa Vista e Santiago é a ilha onde os turistas permanecem mais tempo representando, respetivamente, 46,9%, 35,5% e 9,4% turistas. “Relativamente ao tipo de estabelecimento, o maior número de noites foi passado em hotéis, representando 80,6% dos turistas, seguidos de casa particular (7,9%) e pensão (3,9%)”.
No entanto, há a assinalar que quem viaja para Cabo Verde fora de programas turísticos é quem acaba por ficar mais tempo. Segundo o INE quem no ano passado, esteve em Cabo Verde nesta modalidade passou uma média de 10 noites contra as 8,5 daqueles que viajaram em pacotes turísticos.
“De um modo geral, os turistas gastaram mais em alimentação e bebidas (29,8%) e alojamento (21,5%). Para os turistas que não viajaram em pacote turístico, o gasto em alojamento tem um peso maior (33,9%), do que o gasto em alimentação e bebidas (31,5%) e, para os turistas que viajaram em pacote turístico nota-se uma percentagem significativa do gasto em artesanato (29,6%) e, alimentação e bebida (26,9%)”, aponta o Instituto Nacional de Estatística.
Relativamente ao gasto diário dos turistas, verifica-se que em termos gerais, “esse gasto é de aproximadamente 4.546 Escudos Cabo-verdianos (ECV), sendo que os turistas que não viajaram no pacote apresentam maiores gastos (em média 13.554 ECV por dia)”.
Já os turistas que residem nos Estados Unidos têm o maior gasto médio diário, situando em 14.311 ECV seguidos pelos residentes no Brasil com um gasto diário de 11.160 ECV.
Em sentido contrário, os que menos gastaram por cada dia em Cabo Verde, 2.172 ECV, foram os turistas provenientes da República Checa. Isto “deve-se ao facto de que a maioria dos turistas que residem nos Estados Unidos, assim como no Brasil, não viajaram num pacote turístico, 86,0% e 82,4%, respectivamente. O inverso aconteceu com os turistas que residem na República Checa. Ou seja, a maioria dos turistas que residem na República Checa (97,7%) viajaram no pacote turístico”.
Feitas as contas, no ano passado, os turistas que visitaram Cabo Verde gastaram um total de 33 milhões de contos. No entanto, os dados revelados pelo INE mostram que desse valor 83,3% foi pago na origem, ou seja, serviu para pagar passagens aéreas e alojamentos e apenas 16,7% foi gasto em Cabo Verde.
Fonte: Expresso das Ilhas