Fuzileiros, médicos e enfermeiros. Cabo Verde mobiliza-se para ajudar Moçambique
Cabo Verde colocou esta quinta-feira à disposição de Moçambique fuzileiros navais, quatro médicos e seis enfermeiros, tendo anunciado a abertura de contas de solidariedade e espectáculos cujas receitas revertem para os afectados pelo ciclone Idai.
No final de uma reunião com responsáveis pela Proteção Civil, Associação de Municípios, Direção Nacional da Saúde, Forças Armadas e Cruz Vermelha, o ministro de Estado, Fernando Elísio Freire, anunciou à comunicação social as medidas decididas para apoiar Moçambique, país que já contabiliza mais de 280 mortos em consequência da passagem do ciclone Idai - número que deve aumentar exponencialmente.
Além do apoio já anunciado pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, de 200 mil dólares - metade da verba através do Orçamento do Estado e a outra metade proveniente de empresas - o país colocou à disposição das autoridades moçambicanas responsáveis pelas operações de resgate uma equipa de saúde composta por quatro médicos e seis enfermeiros.
O objectivo é que, em articulação com os países que já têm força operacional a funcionar ou a caminho de Moçambique, os elementos cabo-verdianos sejam introduzidos nessa missão.
Os fuzileiros navais de Cabo Verde estão igualmente à disposição para integrar uma força de resgate.
De acordo com o ministro de Estado, dos Assuntos Parlamentares e Presidência do Conselho de Ministros e Ministro do Desporto, a Cruz Vermelha de Cabo Verde comprometeu-se a entregar à população afectada cerca de 20.000 euros.
Hoje, o Governo irá abrir uma conta bancária de solidariedade - Conta Moçambique - através da qual os cabo-verdianos são chamados a ajudar.
"Em articulação com outros países amigos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em particular Portugal, Brasil e Guiné-Bissau, que têm embaixadas em Cabo Verde, o Governo fará contactos no sentido de termos ações conjuntas para o transporte e logística, caso seja necessário", disse.
Também no quadro da CPLP, o Governo cabo-verdiano quer que se organize "um grande evento cultural e que todo o fundo reverta para a população de Moçambique", o que também deverá ser concertado ao nível da Comunidade.
"Já demos instruções a todas as nossas embaixadas, onde existe comunidade cabo-verdiana, para que organizem eventos e que as receitas revertam para a população de Moçambique", acrescentou.
Para Fernando Elísio Freire, este é "um gesto de amizade do povo cabo-verdiano e, sobretudo, um gesto de solidariedade. A solidariedade é o gesto que mais caracteriza o povo de Cabo Verde".
O ciclone Idai, com fortes chuvas e ventos até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na noite de 14 de Março, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.
Fonte: Expresso das Ilhas