Mosteiros: Presidente da Câmara desafiou os produtores a consciencializarem-se da necessidade da massificação da cultura do café

O presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros, Carlos Fernandinho Teixeira, desafiou sexta-feira os proprietários de terrenos e produtores do café a consciencializarem-se da necessidade da massificação e expansão do cultivo do café no município que dispõe de grande potencial agrícola.

O autarca, que presidia à abertura da sexta edição do festival do café “Fogo coffee fest”, destacou o valor do café na economia local e no próprio desenvolvimento do município dos Mosteiros.

Apelou aos proprietários a ampliarem a área de cultivo, observando que a autarquia continua a dar atenção ao setor da agricultura de uma forma geral e ao café em particular, observando que é necessária uma reflexão sobre como desenvolver o café nos Mosteiros.

Carlos Fernandinho reconheceu que devido às secas, a produção deste ano é muito baixa, mas salientou que a Câmara está a mobilizar parcerias para mitigar os efeitos do mau ano agrícola, sobretudo junto das câmaras portuguesas com as quais Mosteiros tem acordo de geminação (Azambuja e Entroncamento) que, segundo o mesmo, estão a mobilizar apoios para apoiar o setor, nomeadamente em equipamentos e sementes para o setor hortícola.

O presidente da câmara portuguesa de Entroncamento, Jorge Faria, presente no festival, a convite do autarca mosteirense, disse que o seu município procura apoiar naquilo que for possível e estiver ao seu alcance, mas também à medida das necessidades, sublinhando que Entroncamento vai tentar ativamente apoiar Mosteiros e receber apoio deste concelho.

O autarca português disse que Entroncamento e Mosteiros têm uma parceria de geminação há mais de 25 anos e que ao longo desses anos têm trocados experiências e detalhado mutuamente naquilo que é possível, notando que é nesta parceria de geminação que aceitou o convite do seu homólogo dos Mosteiros para estar presente no festival do café, que é muito importante para o desenvolvimento deste município.

Alguns dos poucos produtores que marcaram presença na abertura do festival não se coibiram de classificar a produção deste ano de nula e a pior de que há memória.

O produtor João Baptista Monteiro disse que nos últimos dois anos a produção tem sido muito baixa devido a falta de chuvas, indicando que, além da falta de chuvas, o problema maior não tem muito a ver com a idade das plantas, mas com a apanha do café, sublinhando que na colheita “ordenham”, como dizem, e as brotas que dão café no ano seguinte desaparecer.

Quanto à necessidade de expandir a área de cultivo, este produtor disse que “há um perigo para os produtores porque devido à seca, não dispõem de água para garantir a sobrevivência das plantas”, adiantando que “não há uma política para o desenvolvimento do setor, e que não tem havido apoio do Governo, quer do atual quer do anterior”.

Outros apontam a necessidade de construção de uma estrada de acesso às zonas altas para permitir que os proprietários com idade mais avançada se possam deslocar às suas propriedades, para a execução de rabalhos de conservação de solos e água.

Estes trabalhos passam ainda, segundo os agricultores, pela reparação/construção de reservatórios e instalação de viveiros de produção de plantas nas zonas altas, como incentivo para o desenvolvimento do setor, já que as plantas produzidas na zona baixa quando são transportadas para as zonas do cultivo do café não chegam em boas condições.

Fonte: Sapo CV

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