Germano Almeida vence Prémio Camões

Depois de Arménio Vieira ter vencido o Prémio Camões em 2009, esta é a segunda vez que o maior galardão da Língua Portuguesa é atribuído a um escritor cabo-verdiano. Decisão foi conhecida hoje ao final da tarde.

O escritor Germano Almeida é o vencedor do Prémio Camões 2018, foi hoje anunciado, no Hotel Tivoli, em Lisboa, após reunião do júri.

Nascido em 1945 na ilha da Boavista e a viver actualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como "A ilha fantástica", "Os dois irmãos" e "O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo", estes dois últimos já adaptados para cinema.

Formado em Direito em Lisboa, é advogado e foi procurador da República de Cabo Verde. Deu os primeiros passos na literatura na década de 1980, numa altura em que cofundou a revista Ponto & Vírgula.

Germano Almeida, um dos autores mais lidos e traduzidos de Cabo Verde, é o segundo autor cabo-verdiano a ser distinguido com o Prémio Camões, depois de o galardão ter sido atribuído em 2009 ao poeta Arménio Vieira.

O anúncio foi feito pelo ministro da Cultura de Portugal, Luís Filipe Castro Mendes, após reunião do júri, no Hotel Tivoli, na avenida da Liberdade, em Lisboa.

Em declarações à Agência Lusa, o escritor afirmou-se "surpreendido", mas "muito feliz" por constatar que o seu trabalho é apreciado a ponto de receber o galardão maior da língua portuguesa.

"Estou contente, muito feliz por saber que o que escrevo é apreciado ao ponto de me darem um prémio tão prestigiado como o Camões", disse Germano Almeida.

Para Germano Almeida este galardão representa "o reconhecimento do esforço e do trabalho" que vem desenvolvendo há anos como escritor.

O Prémio Camões é o maior prémio da Língua Portuguesa, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988. Com a sua atribuição, é prestada anualmente uma homenagem à literatura em português, recaindo a escolha num escritor cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento "do património literário e cultural da língua comum", segundo o protocolo estabelecido entre Portugal e o Brasil, assinado em junho de 1988, que instituiu o prémio.

Já receberam este prémio: Miguel Torga, João Cabral de Mello Neto (Brasil), José Craveirinha (Moçambique), Vergílio Ferreira, Rachel de Queiroz (Brasil), Jorge Amado (Brasil), José Saramago, Eduardo Lourenço, Pepetela (Angola), António Cândido (Brasil), Sophia de Mello Breyner, Autran Dourado (Brasil), Eugénio de Andrade, Maria Velho da Costa, Rubem Fonseca (Brasil), Agustina Bessa-Luís, Lygia Fagundes Telles (Brasil), Luandino Vieira (Angola -- prémio recusado), António Lobo Antunes, João Ubaldo Ribeiro (Brasil), Arménio Vieira (Cabo Verde), Ferreira Gullar (Brasil), Manuel António Pina (Portugal), Dalton Trevisan (Brasil), Mia Couto (Moçambique), Alberto Costa e Silva (Brasil), Hélia Correia (Portugal), Raduan Nassar (Brasil), Manuel Alegre (Portugal).

Fonte: Expresso das Ilhas

Notícias