Porto Novo “pioneiro” em matéria de massificação da rega localizada com impacto no aumento da produção agrícola
Porto Novo, no contexto de Santo Antão, está a ser “pioneiro” em matéria de massificação de sistemas de rega gota-a-gota, facto que, no entender dos agricultores, está a dar “um novo impulso” à atividade agrícola, neste concelho.
Depois do vale da Ribeira da Cruz, com mais de 90% de área agrícola coberta por rega localizada, esse mesmo sistema chegou a Alto Mira, com a cobertura de 80% da área irrigada dessa bacia hidrográfica.
Em andamento está, nesta altura, a instalação de rega gota-a-gota em João Bento e Ribeira dos Bodes, onde 90% da área irrigada está a ser coberta, possibilitando, assim, aos agricultores o alargamento das parcelas e o aumento de produção.
O projeto de massificação da rega gota-a-gota no Porto Novo chegou, também, a outras zonas, como Ribeira Fria, Chã de Mato/Ponte Sul, Jorge Luís e às zonas periféricas da cidade do Porto Novo (Lajedinho e Chã de Galinheira), onde está-se a desenvolver, com “muito sucesso”, a agricultura urbana.
Em relação aos vales agrícolas, somente Ribeira das Patas não dispõe ainda da rega gota-a-gota, vale que, segundo o delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente, Joel Barros, está em vias de ser, também, contemplado com a micro-irrigação.
Depois da “forte aposta” na mobilização de água, através de prospecção, e do equipamento de todos os furos com sistema fotovoltaico, Porto Novo, segundo o delegado do MAA, está a ganhar, também, o desafio de massificação da rega gota-a-gota, com “grande impacto” no aumento da área irrigada e produção agrícola.
Com isso, Porto Novo está a assumir-se como “grande produtor” de frescos, como batata comum, cenoura, tomate e inhame, segundo os agricultores, que elegem o problema do mercado como “outro grande desafio” a vencer, nos próximos anos.
Numa recente visita a Santo Antão, o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, exortou os agricultores do Paul e Ribeira Grande a apostarem, também, no sistema de rega gota-a-gota, cuja taxa de cobertura é ainda “baixa”.
O governante reconheceu que “há muito desperdício de água” em Santo Antão sobretudo nos concelhos do Paul e Ribeira Grande, daí a decisão do MAA em dotar esta ilha de um plano de gestão de água, que já está na fase de elaboração.
Trata-se de um “esquema diretor” sobre a gestão de água em Santo Antão, que trará toda a estratégia sobre o uso e gestão de água nesta ilha, onde “uma grande quantidade” de água se perde ainda nas ribeiras.
Fonte: Sapo CV